Em bate-papo ao vivo pelo instagram, juíza coordenadora da Comissão de Política de Gênero ressalta papel da mulher na política
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A juíza Lavínia Macedo Coelho, membro da Corte, que coordena a Comissão Permanente de Políticas de Gênero e Cidadania do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, participou na noite desta quarta, 12 de agosto, de bate-papo ao vivo sobre a representatividade da mulher na política com a jornalista Franci Monteles da Inspirar Comunicação.
O conteúdo na íntegra do bate-papo está disponível no perfil @franci_monteles do instagram, onde estão também outros do projeto “Inspire e Comunique”, idealizado por Monteles e Yndara Vasques, sócias da Inspirar.
A conversa com a juíza Lavínia Coelho teve como propósito estimular o debate e promover reflexões sobre o fato de que as mulheres são a maioria da população (52%) brasileira, porém com representatividade na política ainda muito baixa.
“Vivemos num país machista e as conquistas das mulheres, inclusive do voto, retrata o contexto de que a mulher precisa sair do papel secundário para assumir outros mais relevantes. Ontem fiquei muito feliz quando vi uma mulher ser escolhida como candidata a vice-presidente de uma nação como os Estados Unidos”, destacou Lavínia Macedo.
Entre as várias preocupações demonstradas pela magistrada de falta de incentivo da participação da mulher em vários espaços da sociedade, Macedo informou com entusiasmo que, para estas eleições, a mulher precisará assinar sua intenção de ser candidata com vistas a evitar fraudes por parte dos partidos políticos. Para ela, isso ainda é pouco, mas já é um avanço.
No decorrer do bate-papo, Franci Monteles e Lavínia Macedo conversaram sobre diversos fatos históricos acerca da mulher, alguns deles como de que a mulher deveria ser só dona de casa, o feminicídio e como ações permanentes de empoderamento do gênero feminino precisam ser reforçadas no sistema de patriarcado que ainda persiste no mundo.
Alguns números
Na Câmara dos deputados, as mulheres ocupam apenas 15% das cadeiras. Das 47 cadeiras da Assembleia Legislativa do Maranhão, apenas 9 mulheres têm assento (incluindo a deputada Ana do Gás que está de licença médica). Na Câmara Municipal de São Luís, o número é ainda menor, com apenas 3 vereadoras.
Como se não bastasse a baixa representatividade, muitas mulheres também estão sendo usadas como “candidatas laranjas”, com registros de candidaturas pelo partido apenas para cumprir a cota de 30% de participação femininas.
Dados estatísticos das Eleições Municipais de 2016, de cada 10 candidatos “sem votos” em todo o país, 9 eram mulheres - nem o próprio voto. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), levantados logo após as eleições, obtidos pela então ministra Luciana Lóssio, na época membro da corte, e que passou a observar o fenômeno de candidatura de “mulheres laranjas” na política brasileira.
O TSE desenvolve campanhas para incentivar a participação de forma efetiva da mulher na política. A mais recente, tem como mensagem “Mais mulheres na política: a gente pode, o Brasil precisa”. A ideia é inspirar mulheres a ocuparem cargos políticos e mostrar que o aumento de lideranças femininas é bom para toda a sociedade.
O TRE-MA também lançou campanha em junho, por meio de vídeo com a participação voluntária de autoridades, educadores, artistas e influenciadores digitais, para incentivar a participação de mulheres na política, seguindo uma tendência nacional. O vídeo está no canal TRE-MA do Youtube.
Fonte: Inspirar Comunicação, com edição